Em solidariedade à nossa amiga Yvone

Meninas, eu havia pensado em fazer outra coisa hoje, mas quando vi o problema que nossa amiga Yvone está passando resolvi ser solidária e contar como resolvi dois problemas parecidos. O primeiro com o Banco Fiat e o segundo, a semana passada, com a VIVO, minha operadora de internete.
1 - Caso Banco Fiat: comprei meu primeiro carro zero financiado pelo Banco Fiat, em 1997, pelo sistema de leasing, para pagar em 36 prestações. No ano de 1999, com a desvalorização do câmbio, a prestação foi a uma quantia astronômica. Então, aproveitando uma ação do Ministério Público, me armei da liminar e passei a consignar o pagamento com o valor do dolar fixo, estipulado pela justiça.
O banco claro esperneou, mas aceitou a consignação dois meses depois e eu continuei a pagar aquele valor que era dividido e contabilizado em duas parcelas na mesma fatura. Não me perguntem o porquê, pois eu não sei explicar.

Quitei o meu financiamento em dezembro do ano 2000 e quase 3 anos depois, em setembro de 2003, ainda recebia cobrança de faturas que já estavam pagas. A última delas via cartório.

No cartório, de posse da carta de cobrança, fui tratada como uma criminosa e não como uma consumidora e isso me subiu aos brios. Então, fui ao Ministério Público e eles me orientaram a entrar com uma ação de danos morais contra o banco.

Ajuizei a ação sem advogado solicitando uma indenização de 20 salários mínimos e ganhei, embora tenha havido uma redução do valor pelo Juíz, o que para mim foi o de menos, pois não me interessava o valor a receber, mas a restituição do meu direito frente ao poderoso Banco Fiat. Primeira Vitória.

2 - Caso VIVO: sou cliente de telefonia celular da VIVO desde dezembro de 2000. Como moro sozinha e passo o dia fora, hoje em dia não possuo linha fixa em minha casa, então, na hora de ter acesso à internete optei pelo sistema 3G, que a princípio me era fornecido pela TIM, primeira operadora a disponibilizar o acesso móvel. Como o sistema da TIM não funcionava, migrei para a VIVO em março deste ano.

Logo na primeira fatura eles me criaram problema. Eu recebi uma fatura no valor de 12 reais para cobrir o período do uso, a qual logicamente foi paga em dia. Porém, no dia 23 de abril o sinal de internete foi cortado. Quando cheguei em casa tentei utilizar e nada. Liguei para a operadora e me informaram que o sistema estava com restrição no DF, mas que tudo seria normalizado até as 22 horas, o que não aconteceu.

Na sexta-feira, 24 de abril, tentei conectar e o problema persistia. Liguei novamente e fui informada de que havia uma fatura em aberto no valor de 32 reais. Tentei argumentar que não sabia dessa fatura, que ela não havia sido enviada a mim e que a fatura recebida estava paga desde o dia 8 de abril. Não houve jeito, eu apenas ouvia aquelas frases decoradinhas e ditas num gerundio horroroso e erroneamente usado que dá nos nervos de qualquer um, desconfio até que esse seja o intuito dele ser utilizado com tanto empenho.

Na segunda-feira, 27 de abril voltei a ligar e solicitar o reestabelecimento do sinal, uma vez que o erro havia sido da VIVO e eles sequer quiseram me ouvir. Enviei um e-mail informando do que estava acontecendo e que iria ao PROCON para tratar do assunto. Fui ao PROCON.

No PROCON - ao dizer o que estava acontecendo fui informada de que existe a presunção de que o cliente sabe da existência das faturas e que, portanto, a operadora estava correta em bloquear o sinal sem prévio aviso. Expus o acontecido com mais detalhes e mostrei a fatura paga. Como eu poderia saber que haveria uma outra conta, cobrindo o mesmo período se eu havia pago a tal fatura? Diante disso a servidora do PROCON me ouviu e resolveu ligar para a VIVO e saber o que estava acontecendo.

Qual não foi minha surpresa quando a funcionária da VIVO admitiu que a cobrança era indevida, pois a moça do PROCON detectou que o período de cobrança das duas faturas era o mesmo. Gente, foi exatamente isso o que aconteceu. Então a VIVO estornou o débito, me pediu desculpas pelo erro e no prazo de 4 horas normalizou meu acesso à internet. Dá para acreditar?

O que quero com esse jornal? Mostrar a todas vocês que temos nossos direitos e que eles devem ser protegidos. Devemos fazer uso sim das estruturas de proteção ao consumidor disponíveis. Tanto o PROCON, quanto o Ministério Público estão aí para isso. O juizado Especial Cível também é uma ótima opção quando o restante falha e o acesso a ele é facilitado pelo MP.

Não deixe por menos, às vezes dá trabalho, mas vale a pena. Enquanto problemas com o consumidor no Brasil não quebrar as empresas por indenizações milionárias aos clientes lesados, a situação não vai mudar. Sabemos que as empresas de telefonia são recordistas em reclamações nos órgãos de defesa do consumidor e por que eles não melhoram seu atendimento? Porque não é necessário, pois a apurrinhação não faz cócegas no bolso deles.

Então, para mudar esse quadro vexatório precisamos fazer trabalho de formiguinha e requerer nossos direitos sempre.

Pense nisso.

ATUALIZANDO:

Concordo com a Margaret quanto aos comentários, alguém até disse lá exatamente o que penso e já escrevi aqui: que no geral as pessoas não lêem e não comentam posts grandes, originais e que expressem a opinião do blogueiro.

Respeitando a todos claro, não seria diferente, vemos muitos posts copiados, fotos que aparecem dezenas de vezes, repetidos e repetidos sendo comentados várias vezes, apenas pela importância do blog de quem escreve. Sim, existem blogs mais populares, valorizados, mais amados.

Quando cheguei por aqui me deparei com três ou quatro blogs assim e logo tentei me juntar a eles: o Casa de Juntados, o Dona House e o Brincando de Casinha, tosos muito bons e originais. Não entendia porque todo mundo gostava tanto deles e procurei ler com cuidado e atenção e descobri que eles são bons mesmo.

Carisma mesmo vi na Ruby, qualquer coisa que ela coloque no blog vira notícia, coisas elaboradas como os móveis que ela recicla e coisas simples como um vidrinho com tampa de tecido e m&m dentro, uma loucura, essa mulher sabe chamar a atenção. Como explicar isso? Não sei.

Para mim o que mede a popularidade do blog além dos comentários, são os selinhos e o número de seguidores. Todo mundo quer ter um selo publicado pelas top e elas sempre ganham, eu tenho muitos que ainda não publiquei, mas chego lá.

Resumindo, desistimula fazer um trabalho com tanto carinho e não receber comentário, mas faz parte do jogo. Esse jogo no qual entramos para angariar relacionamentos (mesmo que virtuais), atenção e um pouco de carinho, coisas tão difíceis de conquistar hoje em dia.

Dito.