Esse mundo

VERGONHA!!!

É tão bom quando podemos falar apenas de amenidades nos nossos blogs. Artesanato, decoração, culinária, nossos filhos batendo assas, cachorros lindos e fofinhos. Mas convenhamos, o mundo não é feito apenas de coisas boas e precisamos ficar antenadas com os acontecimentos, mesmo os bizarros.

Essa semana um acontecimento em particular me chocou muito. Um como tantos outros casos de pedofilia que acontecem dentro de casa. No Recife uma menina de apenas 9 anos era violentada pelo padrastro e estava grávida de gêmeos. Não dá nem para adjetivar tal realidade, não encontro palavras para isso.

Mesmo não sendo mãe, imagino o desespero de uma mulher que descobre, por acaso, uma situação como essa. E ela claro, no seu direito/dever de mãe procura a única ajuda possível nesse caso: a ajuda legal que lhe dá o direito de interromper uma gestação da qual não se pode falar como algo que possa ser "normal". Trata-se de uma MENINA de apenas NOVE anos grávida de GÊMEOS. Meu Deus, que situação.

Será que dá para considerar tal fato, como a Igreja Católica quer, de um caso no qual não se pode fazer o aborto? Para eles a vida não deve ser interrompida em nenhum caso. Não sou a favor do aborto, mas num caso como esse não dá para formar uma opinião, pois uma vida já foi bruscamente interrompida, a da menina de nove anos que passou por essa experiência.

Eu fico observando meu sobrinho de 10 anos e penso na situação dessa menina. Ele é tão frágil, tão dependente, tão tenro em sua pouca idade; que possibilidade teria uma criança como ele de viver por mais seis meses uma realidade tão cruel e ainda passar por um momento tão crucial como um parto e fazer nascer duas crianças de um ventre também criança. Como ela, a mãe precoce, olharia para essas duas criaturinhas fruto de uma violência, dada a sua situação (fragilidade, dependência e tenra idade)?

Seria muito bom, o ideal mesmo, se esses dois frutos inocentes pudessem de fato viver. Imaginem se fosse possível transferir essa gravidez para uma mulher como tantas que querem muito ser mãe e não conseguem. Alguém que de fato pudesse entender toda essa história e se oferecer como verdadeira mãe a essas crianças. Mas isso não é possível.

A mãe decidiu pelo aborto, que já aconteceu. A decisão foi certa? Errada? Eu não tenho como opinar. Não foi na minha casa, não envolveu a minha prole, não foi na minha pele. Que condições tenho eu de julgar essa mãe.

Excomunhão, sim, ela foi excomungada da instituição "igreja", mas uma coisa eu garanto a vocês: do coração do Pai, todo poderoso e único Deus, essa mãe não foi expulsa, porque ele não julga com as nossas categorias de normas morais. Ele vê onde não podemos ver e enxerga aquilo que nos é impossível sondar, portanto, apenas peço a Ele que olhe por essas duas mulheres, sim, mulheres, pois agora a "MENINA-MÃE-VIOLENTADA-INTERROMPIDA" é uma mulher forçada pela natureza pedófila de um ser que também não ouso julgar, mas apenas me compadecer de uma sociedade-humanidade que é capaz de gerar-parir criaturas tão desprovidas do amor do evangelho que nos foi revelado em Cristo.

Sem mais palavras e com muitas lágrimas.

Pense nisso.