Dia de sacrifício

Tudo começou há alguns dias atrás, quando eu decidi admitir: tô fora do peso. Meninas, tô com peneuzinho, coxa grossa, barriga saliente, tudo mal distribuídos em 65 kg(pesados ontem)/1,61m. Definitivamente, não tô podendo. Saca quando toda roupa fica agarrada, justa, subindo naquele bucho branco? Uma visão do inferno.


Aí, o que eu faço?! Decido que está mais do que na hora de voltar a fazer exercícios físicos, mesmo que em casa. Decisão tomada e colocada em prática. Preciso também deixar de frescura e voltar a comer salada no almoço. Sabe aqueles fricotes de gordo mal amado: "no inverno só consigo comer massa, pra esquentar o sangue!" Pois é, tive que desistir desse discurso também, afinal tenho uma reputação e um perfil a manter.

Garotas, vocês sabem o que é ver aquela rampa com toda variedade de massas e molhos e passar direto? Não, é pura tortura. E no meu pratinho frugal beterraba, cenoura, chuchu, alface, repolho, berinjela, uma mísera colher de arroz e um pedaço de frango assado ou de carne grelhada. Meu Deus! E olha que o ser humano não é descendente dos coelhos, se fosse seria mais fácil esse dia.

Pois bem, tô nesse sacrifício há alguns dias e parece praga, agora, à tarde, sempre aparece um lanchinho bem na hora daquela fruta sem graça que eu tenho que engolir. Ontem foi bolo de amendoim, - sai desse corpo que ele não te pertence! - a chefa trouxe, então não pude dizer não. Hoje, exatamente nesse momento em que vos escrevo, tá todo mundo na sala do cafezinho, que estrategicamente fica na frente da minha, saboreando toda sorte daquelas rosquinhas de côco, banana, maçã, mergulhadas na calda de açúcar e polvilhadas com canela.

Deve ser castigo, pra eu aprender que não se pode esperar o verão para ficar sarada, afinal já bati os 4.0 e é agora que a batalha começa de verdade, até aqui foi só ensaio. Tchucas, não pode, é muita maldade com uma pessoa só, que fica se privando das coisas boas da vida. Já me basta a alergia que não me deixa comer nada com corante.

Sabe o pior? É que tenho que ir até lá naquela sala onde a energia do açúcar é mais do que suficiente para alimentar a festa, só para fazer um copo de chá verde, que tomarei sem adoçar. Jesus, me promete que eu não vou babar e voar na mesa quando passar por aquela porta!!! Amém.