Tregédia!!!

>> terça-feira, 2 de junho de 2009

No dia 29 de novembro de 1991, há mais de 17 anos, um avião bandeirante da Força Aérea Brasileira, partiu de Brasília com destino a Guaratinguetá, em São Paulo. As pessoas naquele avião iriam participar da solenidade de formatura da turma de sargentos especialistas da Escola de Especialistas da Aeronáutica.

O vôo saiu de Brasília às 6h e a previsão de pouso era por volta das 8h. A 5 minutos da cabeceira da pista o avião se chocou com o Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, motivo: pane seca; para quem não sabe o que significa é falta de combustível. O piloto deveria ter parado em Uberlândia para reabastecimento, mas não executou esse procedimento. Então ele, a esposa e outras 16 pessoas, entre eles quatro colegas nossos, dos quais um era meu paquera, morreram, sem chance de defesa.

Por durante todo o dia, notícias iam e vinham do então Ministério da Aeronáutica, para parentes e emigos e vazavam a todo momento. Primeiro falou-se em desaparecimento, depois em possível colisão e por último confirmaram a tragédia. Eu trabalhava no aeroporto e estava de plantão naquele dia e vi muita coisa acontecer, até que fui dispensada para acompanhar os acontecimentos em casa.

Nunca me fez tão mal aquela vinheta do jornalismo da Globo, do plantão extraordinário, cada vez que ela entrava no ar, um misto de esperança e desespero brotava no meu coração, até que, às 20h, no Jornal Nacional, tudo se consumou, a lista oficial foi lida e lá estava o nome que eu não queria ouvir.

Pensem num final de semana difícil, pensem em dias que não passavam até o resgate dos corpos. A pessoa de quem eu falo foi enterrada no Rio de Janeiro e eu não pude me despedir, apenas fui à missa realizada pelo Ministério uma semana depois. Mas isso não foi tudo.

No dia 29 de janeiro de 1992, exatos 2 meses depois, num desastre aéreo no Estado de Goiás, uma amiga do segundo grau morreu. Antes da confirmação do acidente, horas de angústia se passaram, pois havia a esperança de que o avião bimotor tivesse feito um pouso de emergência em alguma fazenda, o que não aconteceu.

No dia de hoje, eu conheço a dor da perda dessas famílias dos passageiros do vôo da Air France e o que é esperar sem que haja esperança, embora ela insista em lhe acompanhar até o defecho inevitável. Coisa de louco, algo que mexe profundamente com aquilo que somos ou acreditamos ser.

Que experiência tirei de tudo isso? A de que as perdas acontecem na vida. Elas são inevitáveis e aconteçam como acontecerem, nunca há despedida suficiente. Mesmo que tenha havido uma longa conversa, muitas coisas ficam a serem ditas e expressadas nos gestos diários.

O que devemos fazer então? viver o dia de hoje e nele ser capaz de amar quem está ao nosso lado de uma maneira que não haja dúvida desse amor. Pode até não haver abraço e beijo ou palavras melosas, mas nossos atos em prol dessas pessoas não devem deixar dúvida de que elas são realmente queridas.

Pense nisso.

22 responderam:

fátima 2 de junho de 2009 às 11:19  

também acho que a gente deve fazer isso, embora quase nunca faça, por esquecimento, ou por falta de tempo. e cada vez que acontece uma tragédia dessas eu me pego pensando que podia ter sido comigo, ou com um dos meus, e tanta coisa teria ficado sem ter sido dita ou feita, tantos abraços, tantos afagos...

bj

Quarto de Despejo 2 de junho de 2009 às 12:05  

Concordo plenamente com você!

Bjs!
Lucia

Simone Azevedo 2 de junho de 2009 às 12:08  

Concordo com voce. Muito obrigada pelo comentario.

Kyria 2 de junho de 2009 às 12:19  

Pois é Nilda, que experiência difícil, nestas horas avaliamos nossa fé! Muita paz, bjs.

Edy 2 de junho de 2009 às 12:52  

Você disse tudo Nilda!
bjos EDNA

Janice 2 de junho de 2009 às 13:45  

Como se diz: "viver o dia de hoje como se fosse o último"...
Beijo:)

*Wlady 2 de junho de 2009 às 14:12  

Nilda,as perdas faz com que vejamos as coisas diferentes do antes ...
Eu tenho procurado sempre avaliar minhas atitutes e valores, confesso que ainda tenho errado muito, mas já melhorei!
bjk

Lili 2 de junho de 2009 às 15:23  

É verdade Nilda, devemos procurar sempre demonstrar de alguma forma o amor que sentimos pelas pessoas que nos cercam. Sempre!
Beijocas querida! ;)

Elen 2 de junho de 2009 às 15:49  

É o q tenho tentado fazer...
Embora nem sempre seja tão facil assim.
As vezes, pois coisas pequenas, deixamos de falar com alguem.
Deixamos sentimentos bons de lado, por plena falta de tempo, ou vontade....
A desculpa da correria do dia.
Tenho tentado mudar tudo isso.
Por isso, não tenho mais vergonha de pedir desculpas quando erro, como foi a minha postagem de hoje no blog.
Sentimentos devem ser expressados e traduzidos.

Abraços cheirosos

Débora Fouraux 2 de junho de 2009 às 17:04  

Oi Nilda! eu sei como dói perder pessoas queridas! =/ e concordo com vc! devemos mostrar para essas pessoas o valor de cada uma em nossas vidas através de gestos no dia a dia! beijão

Sandra Daniela (AA) 2 de junho de 2009 às 18:00  

Nilda,
Estou tão triste com o acontecimento que não tenho nem palavras pra descrever. Só rezo para eles e suas famílias.
E concordo plenamente com o que vc. escreveu.
Bjs.
AA.

Mosana 2 de junho de 2009 às 18:02  

nossa que coisa triste isso que vc viveu!
eu fico arrasada com td isso que acontece..
espero q D-us conforte mt essas famílias.
a mim resta mandar boas vibrações.
kisses

Anônimo,  2 de junho de 2009 às 18:24  

Oi Nilda!
Concordo com vc, mas tb devemos orar pelas vítimas e para Deus em sua infinita misericordia consolar as famílias.
Bjs.

Má Leite 2 de junho de 2009 às 18:38  

Meu Deus, qta tristeza né???
eu realmente não sei lidar com perdas (alguem sabe??) ...
... e fico sempre me colocando no lugar do outro...
... q deus abençõe essas familias!!!

BEijos

Eneida Freire 2 de junho de 2009 às 20:46  

Realmente nunca há despedida suficiente!
Vivamos o melhor que pudermos cada momento junto dos nossos!
Que Deus ilumine a todos!
Beijo!

Má Leite 2 de junho de 2009 às 20:52  

Presentinho pra vc lá em casa!!!

ANA LÚCIA 2 de junho de 2009 às 20:54  

Boa noite,
Na década de 50 minha mãe perdeu duas primas em um acidente aéreo onde dois aviões se chocaram no ar. Um era de passageiros e outro militar. Foi perto do aeroporto do Rio de Janeiro. Na época muito se falou a respeito e muitos disseram que foi falha da torre. O sofrimento dos tios da minha mãe e de toda família durou anos..... Enfim, é triste muito triste acidentes assim. Espero que as famílias encontrem forças para aguentar tanta dor.....
Abçs,
Ana

Kyria 2 de junho de 2009 às 22:53  

Deixei um selo violeta para você no blog, passa lá bjs.

*~* Coisas da Bruxinha *~* 3 de junho de 2009 às 09:00  

Bom dia Nilda , seu blog foi o primeiro da minha lista que abri agora , li seu relato das tragédias e já senti um aaungustia, pq imagino a dor que fica num acidente desse tipo, ou até mesmo em quanlquer perda . As coisas que queremos falar aos nossoa devem ser ditas sempre, em qualquer hora e o amor demonstrado atodo instante , dá Pânico de pensar numa tragédia dessa. Dói muito. Um bom dia pra vc . bj

Unknown 3 de junho de 2009 às 09:03  

Nilda,
nunca passei por alguma perda de alguém em acidente aéreo.
Mas o vazio choca e consome.
Fico solidária às famílias e queridos...
Esta acidente não me sai da cabeça.

Hermilaine 4 de junho de 2009 às 23:17  

Oi Nilda,tava passeando e encontrei teu blog e avhei muito legal,parabens!Quanto ao acidente,só nos resta orar pelos familiares e pedir a Deus que nos guarde e aos nossos de algo parecido.Boa noite pra você,fique com Deus!!

Hermilaine 4 de junho de 2009 às 23:18  
Este comentário foi removido pelo autor.

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